sexta-feira, 26 de junho de 2015

Maçons de todo o Estado fazem encontro em Joinville


Eles continuam muito ativos na vida pública e política. Mas em vez de atuar como uma "sociedade secreta", os integrantes da maçonaria agora agem com discrição e, às vezes, com manifestações claras, diretas e públicas. 


É com este espírito que lideranças maçônicas de todo o Estado se reúnem em Joinville neste fim de semana. A assembleia é um dos quatro eventos anuais que atraem entre 300 e 400 pessoas ligadas à maçonaria em Santa Catarina. 

- Temos uma pauta interna, sim. Mas também haverá um momento, com a imprensa - diz Maurin Firmino Martins, um dos organizadores do encontro em Joinville. 

A participação e a manifestação cada vez mais aberta e contundente da maçonaria nas questões do dia a dia do País, como os escândalos políticos, os movimentos contra a corrupção, e as questões municipais, como foi o aumento do número de vereadores em Joinville, também foi ressaltada por ele. 

- Essa participação tem crescido e é muito importante. E o pessoal de Joinville tem sido muito ativo - disse Martins. 

Nos últimos anos, assuntos como a reforma política em discussão no Congresso Nacional e até o desempenho da presidente Dilma Rousseff têm motivado os integrantes a se manifestar publicamente. 

Em Joinville, um dos momentos mais claros foi a manifestação da maçonaria, antes mesmo de muitas entidades de classe, contra o aumento do número de vereadores na cidade, em 2011. A ordem espalhou 12 outdoors pela cidade e ajudou a impedir que de 19 o número de vereadores passasse para 25. 

Confira algumas manifestações da maçonaria

Novembro de 2011
A maçonaria surpreendeu e se antecipou a muitas entidades da cidade, espalhando 12 outdoors contra o aumento do número de vereadores em Joinville. A principal queixa não era exatamente em cima do número, mas do aumento das despesas. A Câmara acabou recuando da proposta de aumentar de 19 para 25 o número de representantes do Legislativo municipal. 

Dezembro de 2011
As três potências maçônicas no Estado decidiram incorporar-se à Marcha contra a Corrupção. Emitiram nota anunciando a mobilização e o início de uma campanha contra a corrupção. O protesto era em apoio ao movimento "O que você tem a ver com a corrupção", do Ministério Público Estatual. Todas as Lojas filiadas às três ordens maçônicas existentes no Estado organizaram atividades com este objetivo. 

Julho de 2013
A reforma política também fez com que a maçonaria se manifestasse muito fortemente. A Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil emitiu um "Posicionamento da Maçonaria perante o povo brasileiro", em que exigia uma reforma política imediata, eleições únicas a cada quatro anos, extinção do cargo de suplente de senador, adoção do voto distrital e proibição que parlamentares ocupem cargos no poder Executivo, entre outros pontos. 

Dezembro de 2014
Os mestres de 115 lojas maçônicas aprovaram algumas ações em relação aos escândalos envolvendo autoridades políticas e empresariais do País. O documento propunha vigilância constante. "A corrupção social ou estatal é um mal que aflige a nação, caracterizando-se pela incapacidade moral dos cidadãos de assumir compromissos voltados ao bem comum. Cidadãos mostram-se incapazes de fazer coisas que não lhes traga uma gratificação pessoal. A este mal devemos combater e repudiar." 

Março de 2015
Os maçons lançaram o "Manifesto da Maçonaria Catarinense", em que convocavam todos os maçons do Estado para atos marcados públicos pela cidadania, contra a corrupção e a impunidade. O manifesto dizia que a ordem "trabalhou, trabalha e trabalhará, permanente e incansavelmente, pelo Estado Democrático de Direito, de modo que nossa participação deverá ser ordeira e pacífica, sem qualquer conotação político-partidária ou ofensiva às autoridades legalmente constituídas."

Abril de 2015
A presidente Dilma também foi alvo de uma manifestação, no começo do ano. Líderes e integrantes de lojas maçônicas divulgaram uma "Carta aberta à Exma. Sra. Presidente Dilma Rousseff", em que fazem comentários sobre a conjuntura e criticam algumas ações do atual governo.





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