quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Suspeito de matar menino indígena diz à polícia que matou por 'religião'

A Polícia Civil informou nesta quarta-feira (13) que o suspeito de matar o menino indígena Vitor Pinto, de 2 anos, no dia 30 de dezembro, em Imbituba, no Sul catarinense, confessou o crime. O menino foi morto com um corte no pescoço em frente à rodoviária da cidade, no momento em que era alimentado pela mãe.
De acordo com o delegado Raphael Giordani, o jovem alegou ter matado a criança "por influências de uma religião". De acordo com a polícia, ao ser interrogado na terça-feira (12), o rapaz afirmou que "segundo promessas de espíritos, se ele matasse uma criança poderia alcançar seus anseios profissionais e se impor perante a sociedade".
A confissão, segundo a polícia, ocorreu durante o terceiro depoimento ao qual o suspeito foi submetido, desde que foi preso temporariamente, no dia 1º. O depoimento foi acompanhado por dois advogados, segundo a polícia. Nos interrogatórios anteriores, segundo o delegado, o jovem havia negado o crime.
Escolha da vítima
De acordo com o delegado, durante o interrogatório vídeos que mostram a ação foram apresentados ao suspeito, que assumiu ser ele a pessoa que aparece nas imagens.

Giordani afirmou que o suspeito negou ter escolhido a vítima pelo fato de ela ser indígena. “O suspeito disse que a matou porque criança é um ser sensível e a sociedade ficaria mais chocada e seria mais impactante", declarou o delegado Giordani. O rapaz disse que não estava "lúcido" quando matou, segundo a polícia.
A polícia afirmou que o inquérito na está na fase final e que o resultado deverá ser encaminhado nos "próximos dias" à Justiça. O suspeito segue preso na Prisional Avançada de Imbituba
'Compatível com estilete'
Apesar de o objeto cortante usado no crime não ter sido encontrado até esta segunda, as marcas na rodoviária também reiteram como o crime ocorreu. "O laudo constatou que foi praticado por uma arma cortante de lâmina lisa, compatível com o estilete que a mãe tinha nos falado", disse Giordani.

De acordo com  a perícia, no local do crime não foi encontrado nenhum indício material do suspeito, como fio de cabelo ou sangue. Entretanto, segundo o delegado, nos próximos dias deve ser concluído o laudo cadavérico da criança, que pode apresentar outras provas.
Suspeito se autoflagelou
Ainda de acordo Giordani, o suspeito praticou autoflagelação enquanto esteve preso na delegacia - o rapaz foi encaminhado depois à Unidade Prisional Avançada de Imbituba. "Ele ficou se beliscando, nas pernas e nos braços, e tentou ingerir a espuma da cama do local onde estava. Na unidade prisional onde está, agentes chegaram a dizer que ele continua se beliscando", diz Giordani.

Conforme o delegado, a investigação policial está focada em esclarecer a suspeita, a materialidade e a circunstância do crime. "O incidente de sanidade mental pode ser pedido pelo judiciário, que solicita após o inquérito uma análise psicológica", disse o delegado.

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