quinta-feira, 25 de junho de 2015

PM prende homem suspeito de fazer medicamentos em laboratório irregular

Um homem foi preso em flagrante por fabricar ilegalmente medicamentos nos fundos de casa, em Pomerode, no Vale do Itajaí. De acordo com a Vigilância Sanitária de Santa Catarina, denúncias indicaram que o suspeito entregava os remédios de forma gratuita e dizia que os pacientes deveriam abandonar os tratamentos prescritos por seus médicos. Alguns deles tinham câncer, segundo a diretora do órgão, Raquel Ribeiro Bittencourt.

O caso foi denunciado pela primeira vez em 2009, quando se iniciou um trabalho de investigação por parte da Polícia civil. Depois, há pouco mais de um ano, uma nova denúncia indicava a continuidade da produção ilegal. "A denunciante pedia informações sobre o medicamento que oferecia cura a diversas doenças, inclusive câncer", explica Raquel.

Segundo a diretora da Vigilância Epidemiológica estadual, o remédio era distribuído em capsulas, de forma gratuita. O fabricante prescrevia aos pacientes, a dosagem de três comprimidos por dia - de manhã, à tarde e à noite.

E o mesmo [paciente] não podia fazer outro medicamente químico cientificamente comprovado. [Ele também proibia] radioterapia, quimioterapia, porque acabariam com os efeitos do medicamento, e também proibia o uso de antibióticos", detalha raquel. Segundo ela, o suspeito prometia cura em até seis meses.

Prisão
Na segunda-feira (23) pela manhã, a Polícia Militar cumpriu um mandado de prisão expedido pela Justiça. Na casa do suspeito, os agentes encontraram uma espécie de laboratório farmacêutico. Ele funcionava nos fundos da casa.

Foram encontradas capsulas vazias e cheias, comprimidos prontos, diferentes tipos de produtos químicos, utilizados na fabricação. Potes e uma máquina encapsuladora também foram encontrados. Tudo foi lacrado e parte ficou na casa. Alguns medicamentos foram levados para análise das substâncias presentes.

O dono do comércio ilegal foi preso em flagrante por crime contra a saúde pública. Segundo a Vigilância Sanitária, ele era o responsável pela produção do medicamento. "Ele não tinha autorização de fabricar medicamentos. Na cidade não há nenhum estabelecimento que possui a autorização. Tem 13 drogarias que não manipulam e três farmácias que manipulam", explica Raquel.

Matéria-prima 'doada'
Ao ser questionado como conseguia os medicamentos, o suspeito disse que recebia doações. "Ele disse que tive uma 'iluminação' para produzir isso", afirma Raquel.

Não confirmação do número de pessoas que se 'trataram' com o produtor de remédio. Um caderno com nomes de pessoas que receberam as capsulas foi encontrado na casa do suspeito.

As denúncias feitas para a Vigilância Sanitária também indicavam a participação de um estabelecimento comercial da cidade. A farmácia indicada hoje não funciona mais e outro comércio suspeito foi vistoriado na segunda, mas não foram encontrados indícios de irregularidades.

Segundo Raquel, a partir de agora, as investigações continuam, especialmente no âmbito da Polícia Civil. "Agora nós vamos ver o que é possível de analisar. Tem que partir de um indicativo de um principio ativo. O que parece é que ele juntava alguns sais e fazia a fórmula", conclui.


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