quinta-feira, 25 de junho de 2015

Médico do SUS de Indaial só atende pacientes em clínica de Blumenau

 Um médico em Indaial, no Vale do Itajaí, recebe o salário pela prefeitura sem bater ponto e atende os pacientes do município no consultório particular, na cidade vizinha de Blumenau. A situação começou quando a prefeitura fez uma proposta para ele, que é dermatologista, como mostrou reportagem do Bom Dia Santa Catarina.
Ele começou a trabalhar em Indaial em 2008, mas só foi efetivado como dermatologista do município em abril de 2011. Até meados do ano passado, ele dava expediente no Serviço de Atendimento Integral à Saúde (Sais). A unidade é bastante movimentada porque reúne profissionais de cerca de 10 especialidades.
Acordo
Ainda no ano passado, o médico teria pedido afastamento por problemas de saúde e, logo em seguida, demissão do cargo. Como na época ele era o único dermatologista de Indaial, a prefeitura propôs um acordo. Ele continuaria atendendo os pacientes da cidade, mas no consultrório particular dele, que fica em Blumenau.

No site da Prefeitura de Indaial, o dermatologista ainda aparece na lista dos médicos que atendem no Sais. O secretário de Saúde de Indaial, Enilson de Freitas, confirma que o acordo existe e diz que o esquema de trabalho é assim há pelo menos um ano.
Atualmente, o Sais já tem mais um dermatologista. O médico que tem consultório em Blumenau é responsável pelos casos mais graves e cirurgias. "O doutor colocou à disposição do município a sua clínica, que tem todo o instrumental necessário e adequado para fazer esse tipo de procedimento", disse o secretário.
A Secretaria de Saúde de Indaial diz que alguns pacientes são levados a Blumenau com veículos da prefeitura. Outros são levados por parentes. O médico recebe R$ 3.327,82 por mês. O pagamento está em dia, de acordo com o portal da transparência. O Sais tem um sistema de ponto com impressão digital desde 2006.
Segundo o secretário de Saúde de Indaial, o médico não bate o ponto. "O nosso controle sobre os horários dele é pela agenda que nós temos aqui, pelo volume de procedimentos. Então, com isso, a gente tinha mais ou menos esse controle. Gostaria de tentar encontrar uma forma legal de poder manter o serviço".
O médico foi procurado para comentar o caso, mas não quis gravar entrevista com a RBS TV. Por telefone, os advogados dele confirmaram que ele usa o próprio consultório para atender os pacientes e alegaram que o serviço não é cobrado e nem prejudica a comunidade.

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