quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Empresa quer mil profissionais prontos para operar já em 2016 em São Francisco do Sul

O estaleiro CMO Construção e Montagem Offshore, que apresentou ontem o investimento de R$ 650 milhões em São Francisco do Sul, tem pressa. Pressa para conseguir o licenciamento ambiental junto à Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma), pressa para treinar seus novos funcionários e pressa paracomeçar a operar na região da Ribeira, uma área de reflorestamento com 8,2 quilômetos de costa voltada para a baía da Babitonga.
O presidente da empresa, José Pedro Rezende Gonçalves da Mota, e o prefeito de São Francisco do Sul, Luiz Zera, apresentaram nesta terça-feira não apenas o projeto de construção do estaleiro na cidade, mas toda a visão de como o empreendimento foi projetado para a região, com as características ambientais e sociais da ilha, e um cronograma que prevê a contratação de pelo menos mil pessoas, com formação específica e já treinadas, no começo da operação, em 2016.
A direção da empresa também está disposta a convencer as autoridades de que o respeito ao meio ambiente é uma prioridade, faz parte desde a concepção do projeto e está bem documentada. 
— Esperamos a licença (da Fatma) para o fim deste ano ou começo do ano que vem. Nosso projeto foi pensado com respeito à comunidade e ao meio ambiente — disse Mota.
O presidente da empresa fez questão de mostrar uma maquete montada para as apresentações. Uma reunião informal foi feita ainda ontem com professores de instituições federais de ensino técnico. Hoje, uma equipe vai apresentar a proposta na Univille. O Senai de Joinville e as universidades e escolas técnicas públicas e particulares da região também serão procurados pela empresa.
— Queremos um acordo com todas as instituições de ensino. Nosso plano inicial é começar o estaleiro com mil pessoas — disse, lembrando que a mão de obra será prioritariamente regional.
Ao final da instalação do estaleiro, a previsão é de que sejam gerados 2,5 mil empregos diretos. A CMO Construção e Montagem Offshore é uma empresa do Grupo Construcap, de São Paulo, o mesmo que venceu a licitação para o lote 1 da duplicação da BR-101.
Projeto quer preservar maior faixa possível de mangue
O grupo escolheu São Francisco do Sul para a instalação de seu estaleiro para a construção e integração de módulos a plataforma, ou seja, não vai “construir” barcos ou navios, mas montar toda a tecnologia, os equipamentos e a estrutura para que grandes embarcações possam prospectar, extrair e armazenar óleo e gás em alto-mar.
Na prática, a CMO vai produzir FPSOs (floating production storage and offloading, ou, em português, unidade flutuante de armazenamento e transferência) e FPUs (floating production unit, ou unidade flutuante de produção).
O estaleiro terá capacidade para produzir cerca de 15 módulos de plataforma por ano – cada uma poderá custar até US$ 35 milhões. O cronograma prevê que as obras comecem em 2015 e durem 12 meses. A empresa estima faturar R$ 1 bilhão por ano.
O projeto foi concebido especialmente para o terreno, de forma a preservar a maior faixa de mangue possível, respeitando o traçado natural da baía da Babitonga. O desenho do estaleiro evoluiu para que fosse possível a manutenção de 8 km de faixa de mangue da extensão total de 8,2 km da vegetação do terreno que faz frente para a baía.
Um dos seus diferenciais é a criação de um canal interno para entrada dos navios, com nove metros de profundidade, conectado à baía, reduzindo em 75% o volume e a área de dragagem.

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