sexta-feira, 17 de junho de 2016

Proibição do consumo de ostras em SC gera demissões de maricultores

A proibição da extração, venda e consumo de ostras, mexilhões, vieiras e berbigões em todo o litoral catarinense pela presença de uma toxina que podem causar intoxicação alimentar completou três semanas nesta quinta-feira (16). Segundo a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), ainda não há previsão de liberação.
O maior impacto é no início da cadeia produtiva, com os maricultores. Para a Associação de Maricultores e Pescadores Profissionais do Sul da Ilha (Amprosul), que reúne 36 produtores familiares da região do Sul da Ilha de Florianópolis, a situação beira a "calamidade".
"Muita gente mandou pessoal embora. Depois de mais de 20 dias, as famílias tiveram que demitir funcionários. Meu filho mesmo já disse que vai procurar um trabalho no Centro, mais uma pessoa para trabalhar na cidade", disse Maximiano Mendes, integrante da associação.
"Tem família que não tem como comprar gás, comida, transporte para levar as crianças para escola. Porque na nossa região, as famílias dependem exclusivamente da maricultura", explica a presidente da Amprosul, Eva Maciel Mendes.
Impacto nos restaurantes
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Fábio Queiroz, não há um levantamento oficial de perdas para o setor.

"A cadeia como um todo às vezes é beneficiada, porque o cliente opta, por exemplo, por ir a um restaurante de massas, que não seria a primeira opção. Na maioria dos restaurantes, ostra não é a única opção", disse o presidente.
Conforme o dono de um dos restaurante do Ribeirão da Ilha, no Sul de Florianópolis, houve uma queda de 30% no público, mas os clientes têm buscado alternativas. "O impacto inicial foi imediato, mas depois o cliente ficou mais informado. Sabe que não é vírus ou uma bactéria, mas uma toxina passageira. As pessoas não deixam de ir ao restaurante e optam por outros frutos do mar", disse o chef e proprietário Jaime Barcelos.
Cidasc diz que não há como ter previsão da retomada

Segundo o médico veterinário da Cidasc, Pedro Mansur, não é possível prever quando a coleta de mariscos será liberada, por depender de condições naturais. "Estamos fazendo análises com frequência, sempre apontando a presença da toxina. A liberação depende do afastamento das águas por corrrentes marítimas", disse Mansur.

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