quinta-feira, 25 de junho de 2015

Carbonífera Criciúma demite 240 mineiros nesta semana

Nesta semana, a Carbonífera Criciúma, do Sul do Estado, começou a demitir 240 mineiros por cortes comunicados ao Sindicato dos Mineiros de Forquilhinha na semana passada. A causa das demissões é o esgotamento da reserva de carvão de uma mina de Forquilhinha, que funciona há mais de 30 anos, e deve fechar as portas. Apesar da ação, a empresa deve manter 410 funcionários.
 
O presidente do sindicato, Fernando Nunes, aponta que a carbonífera apresentou uma proposta para pagar as rescisões contratuais em 10 vezes, a partir de outubro.  Após uma assembleia nesta segunda-feira, os trabalhadores discutiram, votaram e decidiram aceitar a proposta.

— Dentro do que a empresa apresentou, de pagar em 10 vezes iniciando daqui a quatro meses a primeira parcela, a gente tem em vista fazer um acordo e pegar algum bem para garantir que esses pagamentos sejam cumpridos — disse Nunes.
 
Além disso, o sindicato pediu para que a lista seja revista e preserve os trabalhadores em pré-aposentadoria, os mais velhos, os casados e os que têm filhos. Nunes apontou que a preferência é pela demissão dos aposentados, que já possuem renda, e dos solteiros. 
 
O acordo entre o sindicato e a empresa foi apresentado ao Ministério Público do Trabalho (MPT), que se opôs aos termos da proposta, considerados ilegais, pois o pagamento da rescisão deve ser feita pela empresa em 10 dias após o fim do contrato de emprego.
 
— A lei determina que o pagamento seja feito de forma mais benéfica aos trabalhadores. O Ministério Público compreende que muitos deles têm de suas famílias de natureza alimentar. Embora tenha sido feito essa decisão, a posição do Ministério Público é de não flexibilizar essa situação e buscar o cumprimento da lei — apontou o promotor do MPT, Luciano Leivas.

Uma ação civil pública contra a carbonífera já foi proposta em 2014, quando os trabalhadores entraram em greve devido ao atraso no pagamento dos salários. Na época, as demissões já foram previstas e o sindicato pediu, sem sucesso, que a carbonífera elaborasse um plano de demissões para garantir o pagamento dos funcionários.
A reportagem tentou contato com a Carbonífera Criciúma, mas um funcionário informou que a direção não irá se manifestar. Qualquer esclarecimento por parte da empresa será feito apenas ao sindicato da categoria. 

 

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