sexta-feira, 25 de julho de 2014

Comerciantes usam o WhatsApp como ferramenta contra o crime em Joinville


  Dizer o nome do negócio direitinho não é obrigação. Afinal, o WhatsApp ainda é novidade para muita gente. Mas para um grupo de comerciantes do bairro Rio Bonito, distrito de Pirabeiraba, zona Norte de Joinville, o aplicativo de celular já deixou de ser surpresa e virou um item a mais de segurança.


  Por meio da ferramenta, donos de panificadoras, supermercados, farmácias e outros pontos comerciais trocam mensagens entre si sobre ocorrências, situações suspeitas e dicas de prevenção. É como se o WhatsApp fosse uma versão 2.0 do Programa Televizinho, instituído pela Polícia Militar em algumas regiões da cidade.

A parte convencional do programa, que cadastra números de telefone dos moradores e facilita contatos entre vizinhos, ainda é mantida no Rio Bonito. Só que a lista do WhatsApp é considerada um upgrade porque permite o envio de fotos, vídeos e mensagens de texto em tempo real a todos os participantes.

  — Decidimos manter esse grupo restrito aos comerciantes, que são os mais visados pelos assaltantes. Assim que um deles toma conhecimento de alguma ocorrência ou ação suspeita, logo passa as informações para a lista — conta Nelson Bansen, 46 anos, que é subprefeito de Pirabeiraba e gerencia o grupo.

  A experiência foi colocada em prática há cerca de quatro meses e conta com mais de 30 comerciantes cadastrados. Informações valiosas também chegam por meio de dois policiais militares, moradores da região, que abastecem o grupo do WhatsApp com mais detalhes de ocorrências e fotos de criminosos identificados, por exemplo.

  Todas as manifestações na lista são monitoradas pelo Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) de Pirabeiraba e pela associação de moradores. Como a iniciativa tem sido bem-sucedida, o plano é expandir a lista do WhatsApp a todos os comerciantes do bairro.

  — Muitos não têm celular apropriado, com internet, e estão buscando se equipar para também participar — diz Nelson.

  O cadastro do Televizinho tradicional já alcança cerca de 150 casas do Rio Bonito. Algumas áreas, diz Nelson, têm 100% de adesão ao programa.

  A maioria dos crimes praticados em Pirabeiraba, diz o delegado titular da DP do distrito, Rodrigo Gusso, é ação contra o patrimônio. Casas e comércios são os mais visados. Desde que o Televizinho foi implantado no Rio Bonito, aponta Gusso, a percepção é de que as estatísticas de furtos tiveram queda na região.

  Na avaliação do delegado, as características da comunidade, com cerca de 6,6 mil habitantes, são fundamentais para o sucesso do programa.

  — Ali não tem furo, um cuida do outro. A iniciativa vem dando certo, até porque quem frequenta o comércio da região é a comunidade local, que se conhece — diz.

  A expectativa da Polícia Civil, observa o delegado, é de que o programa no WhatsApp colabore para a prática de se registrar boletim de ocorrência após a constatação de um crime. Segundo Gusso, muitos deixam de fazer o BO por acreditar que o registro será em vão.

  — Tem de fazer, principalmente porque são crimes que podemos desvendar até três ou quatro meses mais tarde. É importante o registro — reforça.
(Fonte: DC)

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